A parte dos jogadores
Quando recebem as propostas para ganharem milhões por mês, é natural que a maioria dos jogadores pense em aspectos financeiros. Em segundo plano ficam as dificuldades que tendem a encontrar no desembarque na China. Quase todos os consultados pelo UOL Esporte foram unânimes ao apontar que os atletas podem se acomodar com seus contratos, sem fazer o esforço extra necessário para manter a melhor forma.
É o que pondera Cláudio Pavanelli, uma das referências no Brasil em fisiologia. Ele trabalhou em 2016 no futebol chinês e, desde então, mora e trabalha nos Estados Unidos. "Vejo nossos atletas muito mal-acostumados com alguns sistemas. Vou mexer no vespeiro aí", afirmou.
"O atleta é extremamente protegido no Brasil. Um exemplo: faço uma avaliação de percentual de gordura, dou o diagnóstico que o atleta X está acima do peso e precisa perder peso. Ou seja, eu faço o exame, a nutricionista a a dieta, o preparador físico dá o treino. Depois, a gente faz a avaliação novamente daqui a algum tempo e esse atleta não emagrece. O que acontece no Brasil? Muitas vezes, criticam os profissionais, não o atleta. Precisamos pensar nesta questão", completou.
Um empresário que preferiu não se identificar também ressaltou que os atletas precisam encarar o futebol chinês de uma maneira diferente. Para ele, os valores pagos no país asiático permitem que brasileiros criem projetos de condicionamento físico por conta própria, independentemente do que seus clubes oferecem. Bastaria o comprometimento para contornar eventuais dificuldades.