Mulheres contam os maiores absurdos que ouviram em entrevistas de emprego
Cantadas, discriminação, preconceito, assédio, perguntas invasivas --inclusive por recrutadoras mulheres. Estas cinco histórias ilustram bem o que muitas profissionais precisam enfrentar diariamente ao buscar novas oportunidades na carreira.
"O entrevistador pegou no meu seio"
"Era uma entrevista para um estágio realizada pelo próprio dono da empresa, um português de uns 50 anos de idade. Em um certo momento, porém, ele começou a conduzir a conversa para vestimentas. Eu usava uma blusa com três botões e o primeiro dele estava desabotoado. Ele comentou que três botões abertos seria um sinal de 'empoderamento', mas que se todos estivessem fechados poderia ar a imagem de uma pessoa fechada e introvertida que não combinaria com a vaga em questão. Eu só ouvia, calada. Então, ele contou a história de um cliente problemático e de como pediu para que uma funcionária 'resolvesse' a questão indo até o escritório dele com um decote. Continuei a escutar, calada. Só queria sair dali o mais rápido possível. Quando a entrevista acabou, ele me levou até o hall do elevador. Antes, sussurrou que talvez não desse certo a gente trabalhar juntos, pois iríamos 'fazer muita besteira'. Antes que eu entrasse no elevador, ele me deu um abraço e ou a mão no meu seio. Liguei para a empresa de estágios que havia marcado para a entrevista e o denunciei. Adivinha: já não era a primeira vez que esse tipo de assédio acontecia". Adriana Tavares, 21 anos, estudante.