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Mulher trans sofre agressão física, descaso policial e deboche em hospital

Lua Guerreiro foi agredida por ser trans - Arquivo pessoal
Lua Guerreiro foi agredida por ser trans Imagem: Arquivo pessoal

Elisa Soupin

Colaboração para Universa

27/02/2019 04h00

"Pode me emprestar um isqueiro?" O pedido foi o começo da sequência de agressões físicas e psicológicas sofridas pela produtora transexual Lua Guerreiro, de 24 anos, na noite do último domingo, depois de um bloco, em Niterói. O caso não é isolado.

Lua queria acender um cigarro e pediu um isqueiro a um ambulante na Praça da Cantareira, reduto conhecido da boemia local. Foi tratada com grosseria. Revidou o tratamento e, depois de comentar com amigos sobre o que tinha acontecido, eles tentaram conversar com o ambulante. Uma grande confusão começou e Lua foi agredida pelas costas por homens que nem conhecia.

"Pessoas que não tinham nada a ver com a discussão, pessoas que estavam em volta foram me bater. Homens que me viram em um lugar de fragilidade e aproveitaram esse espaço para me machucar. Tomei muitos chutes e socos por trás, quebraram uma cadeira na minha cabeça. Só pararam quando a polícia chegou. Tive que tomar ponto em duas partes da minha cabeça. Talvez, se a polícia não tivesse chegado, eu não estaria viva nesse momento", contou em vídeo à Universa. 

Ela não conseguiu identificar todos os seus agressores, nem mesmo quantos foram, porque foi atacada pelas costas. Com a chegada da polícia, eles logo se dispersaram. 

Mas a humilhação não terminou por aí. A chegada de policiais, que impediu agressões físicas piores, trouxe agressões psicológicas. Lua afirma ter sido tratada com deboche e descaso. 

"Alguns policiais estavam fazendo piadas. Enquanto eu tava sangrando, eles tinham discussões triviais com pessoas que avam na rua e tinham opiniões sobre todo o ocorrido", narra. 

Ela afirma ter sido bem atendida e respeitada no carro de bombeiros que a levou para o Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, mas, chegando lá, diz não ter recebido o mesmo tratamento digno. 

"Uma das enfermeiras ficou fazendo piada sobre o ocorrido e sobre o meu nome social, desrespeitando e expondo meu nome de registro. Quando minhas amigas expressaram a indignação delas com esse comportamento, elas foram hostilizadas pela funcionária do hospital", conta. 

Além do desrespeito, o atendimento também causou estranhamento. "Mesmo tendo sofrido diversos tipos de agressão na minha cabeça, inclusive uma cadeira quebrada, não foi feito um raio-x nem uma tomografia. O médico falou que, por eu não ter desmaiado, isso não seria necessário. Deram os pontos e me liberaram", afirmou à Universa. 

Em nota e ao telefone, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde se mostrou consternada quanto à situação.

"A Secretaria de Estado de Saúde informa que repudia qualquer tipo de intolerância nas suas unidades e que a nova gestão tem como uma de suas principais metas a humanização durante o atendimento. A SES informa que irá apurar com rigor a denúncia e agir de forma exemplar com todos os funcionários envolvidos". Contudo, não foi informado, até a publicação desta matéria, se houve falha nos procedimentos médicos de assistência e o motivo. 

De lá, Lua seguiu para a 76 DP, no Centro de Niterói. Na delegacia, mais desrespeito. "Me colocaram na mesma sala de espera que os meus agressores. Estava eu lá, fragilizada, machucada, ensanguentada, tremendo e eles rindo, do meu lado", relembra. 

Ao perguntar sobre qual seria a previsão de atendimento, ela foi avisada de que o tempo mínimo seria de duas horas, mesmo com a delegacia sem grande movimento. Exausta, Lua acabou desistindo de prestar queixa na madrugada de segunda e volta à delegacia nesta terça-feira para ser ouvida. 

A Polícia Civil foi questionada pela reportagem a respeito do caso e informou que a vítima e as testemunhas já foram ouvidas e o próximo o é analisar as imagens das câmeras de segurança. 

"De acordo com informações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde a ocorrência foi registrada, a vítima prestou depoimento e foi encaminhada para exame de corpo de delito. Testemunhas também foram ouvidas e diligências estão sendo realizadas em busca de imagens de câmeras de segurança e informações que levem a autoria do fato. As investigações estão em andamento."

De acordo com dados da Antra, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo. Apenas em 2018, foram 163 casos no país. Mulheres, negras e pobres, como Lua, são as maiores vítimas desse tipo de violência.