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Filmes sobre crianças e adolescentes trans são destaque na programação da Berlinale

"Petite Fille", filme de Sébastien Lifshitz, conta a história de Sacha, 7, que vive como uma menina no corpo de um menino - Divulgação
"Petite Fille", filme de Sébastien Lifshitz, conta a história de Sacha, 7, que vive como uma menina no corpo de um menino Imagem: Divulgação

26/02/2020 21h15

A Berlinale deste ano respeita mais uma vez a sua tradição na promoção de temas ligados a gênero e sexualidade. Mas nesta 70ª edição, o festival conhecido por ter o mais antigo prêmio para produções LGBT dá destaque para um tópico menos explorado: a vida de crianças e adolescentes trans.

Desde 1987, quando os organizadores da Berlinale lançaram o Teddy Award, prêmio criado para celebrar a homossexualidade as telas, as questões de gênero e sexualidade nunca mais se afastaram da programação do Festival de Cinema de Berlim. Este ano, a lista de filmes que perpetuam esse engajamento do festival alemão é longa.

Tem desde "Vento Seco", do brasileiro Daniel Nolasco, rodado na cidade de Catalão, até "Las mil y una", de Clarissa Navas, filmado em Corrientes, na Argentina, ando por "Minyan", de Eric Steel, sobre um adolescente gay em uma família de judeus conservadores em Nova York, ou ainda o documentário sueco "Always Amber", de Lia Hietala e Hannah Reinikainen, que acompanha dois jovens queer que tentam ultraar as fronteiras de gênero.

Mas nesta edição, como um sinal de evolução da sociedade ou simplesmente uma coincidência do programa, vários também são os filmes abriram a porta para a temática trans entre crianças e adolescentes. Pelo menos três filmes abordam o assunto de maneiras completamente diferentes e em fases distintas na vida de personagens que enfrentam um processo de transição antes da idade adulta.

A começar pelo documentário francês "Petite Fille", de Sébastien Lifshitz, diretor de produções como "Invisibles", no qual contava a vida de homossexuais da terceira idade, ou ainda "Bambi", sobre uma das primeiras transexuais sas. Agora, ele acompanhou, durante meses, a vida da família de Sacha, personagem que aos sete anos de idade vive como uma menina no corpo de um menino.

A disforia de gênero, como define a pedopsiquiatra filmada por Lifshitz, é vivida sem obstáculos pelos pais e irmãos de Sasha, e ela pode se vestir e se comportar como quer em casa ou durante as férias. Mas as instituições, e principalmente sua escola, se opõem categoricamente à situação.

Lifshitz mostra com delicadeza o desespero de uma mãe que tenta apenas ver sua filha "ter uma infância como todas as outras crianças" e documenta sem voyeurismo os temores de Sasha. "Tive a sorte de poder filmar as sessões com a pedopsiquiatra, o que é extremante raro", contou o diretor após a exibição do filme em Berlim.

Já do lado da escola de Sasha, ninguém aceitou aparecer no documentário, frisa. Ele espera que seu filme, que faz parte da mostra Panorama e foi bastante aplaudido na Berlinale, possa ser mostrado em estabelecimentos de ensino, principalmente para ajudar na formação de futuros professores sobre a questão.

Outro destaque abordando essa temática é "El nombre del hijo", ficção da argentina Martina Matzkin. O filme conta a história de Lucho, um menino trans de 13 anos que encara a adolescência e suas dificuldades habituais, mas também a evolução de sua relação com o pai, que tenta manter o elo afetivo que os une, apesar do processo de transição do filho. A questão da puberdade dos trans é um dos pontos da trama, que insiste, de forma sensível, na importância da família nesse processo.

Questões sensíveis abordadas com humor

Já o brasileiro "Alice Junior" (vídeo acima), de Gil Baroni, decidiu optar pelo humor para contar as aventuras de uma adolescente trans no Brasil de hoje. A personagem principal, que dá nome à ficção, vive em Recife, onde goza de uma certa celebridade após ter participado de um reality show. Mas vê sua rotina sacudida quando o pai é obrigado a se mudar por razões profissionais para uma pequena cidade do interior, no sul do Brasil.

O diretor lembra que "ser uma pessoa trans hoje no mundo é saber que seu corpo é político, que ele exala resistência". Mas preferiu inserir o militantismo de forma mais leve: "Alice é uma adolescente trans que tem um sonho muito simples, que é dar o seu primeiro beijo".

"Ela é empoderada, bem inserida, e vive apenas conflitos desta fase da vida, já que os conflitos da aceitação familiar da personagem já estão superados". No entanto, conta Baroni, quando ela sai das zonas urbanas, "vê que todos os seus desejos entram em conflito como uma cidade que é conservadora e não consegue, num primeiro momento, entender esse corpo trans", conta.

Porém, o que poderia ser um dramalhão é abordado com muito humor e criatividade. O filme abusa dos efeitos especiais, mistura mídias, insere memes e não poupa referências às redes sociais, onipresentes na vida dos personagens.

"Esse filme para mim é um grande vlog, no qual em cada momento eu vi a oportunidade de intervir na imagem. E Alice está o tempo todo olhando para espectador, quebrando a quarta parede", explica Baroni. Quem gosta de séries para adolescentes vai certamente se identificar com a produção, feita para agradar — e conscientizar — todos os públicos.

"Nunca se produziu tantos filmes como essas temáticas no Brasil", ressalta o diretor, que tem focado seus últimos projetos nessas questões. "Quanto mais a gente sente que existe um processo ou uma onda conservadora, mais nós, da comunidade LGBT, sentimos que existe uma necessidade de expressar e pôr isso em pauta e em discussão nas telas, na internet, e em todos os lugares", aponta.

E a Berlinale tem se mostrado uma vitrine perfeita para esse tipo de projeto.